Em uma análise detalhada e abrangente, os economistas Marco Antonio Rocha, Pedro Romero Marques, José Bergamin, Lucca Henrique Rodrigues, Luiza Nassif, e Pedro Rossi apresentam a nota intitulada “Qual o projeto de desenvolvimento do Governo Lula 3? Reflexões a partir de um novo paradigma de política industrial”. A nota examina o arcabouço político-institucional necessário para a construção de uma estratégia de desenvolvimento econômico e industrial no terceiro governo Lula, considerando as recentes mudanças no debate internacional.
Nos últimos quinze anos, países desenvolvidos têm revisitado e atualizado suas políticas industriais, incorporando novos paradigmas tecnológicos e respostas aos desafios climáticos. Essas políticas não visam apenas a competitividade setorial, mas a transformação estrutural ampla, incluindo a digitalização e a sustentabilidade ambiental. No contexto brasileiro, essas diretrizes apontam para a necessidade de adaptação e inovação na política industrial para superar as restrições históricas da relação centro-periferia e promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável.
A análise mostra que o terceiro governo Lula propõe não apenas uma retomada das políticas de desenvolvimento econômico e industrial, mas também uma atualização significativa dessas políticas. As novas práticas incluem políticas industriais voltadas a desafios específicos, como a digitalização e a ampliação da oferta de medicamentos, aliadas a um maior uso de instrumentos pelo lado da demanda, como compras públicas. Essa abordagem reflete um esforço para articular ações transversais e metas de fácil comunicação com a sociedade.
A nota destaca iniciativas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, apesar de promissores, ainda enfrentam desafios de alinhamento interinstitucional e financiamento. A NIB, por exemplo, articula seis missões voltadas à sustentabilidade, saúde, infraestrutura, digitalização, bioeconomia e soberania nacional, buscando modernizar a política industrial brasileira e alinhá-la às novas diretrizes globais.
No entanto, a nota também aponta para limitações significativas. A fragmentação das iniciativas de desenvolvimento entre diversos ministérios e órgãos do governo levanta questões sobre a capacidade do governo de construir uma agenda de longo prazo coerente e integrada. A necessidade de um financiamento previsível e sustentado é outro ponto crítico, especialmente diante do novo arcabouço fiscal que limita a capacidade de investimento do Estado.
Em termos de execução, a Nova Indústria Brasil (NIB) se destaca por seu potencial de articulação entre diferentes órgãos governamentais, propondo uma estratégia de neoindustrialização orientada por missões. Essa abordagem busca combinar investimentos em inovação, sustentabilidade e inclusão socioeconômica, promovendo um desenvolvimento produtivo alinhado com as demandas contemporâneas e a transição para uma economia verde.
A nota conclui que, embora existam desafios significativos, as iniciativas do terceiro governo Lula representam um avanço importante na construção de uma estratégia de desenvolvimento econômico e industrial mais moderna e integrada. A promoção de políticas industriais orientadas por missões, o fortalecimento das cadeias produtivas nacionais e a articulação de ações transversais são passos cruciais para enfrentar os desafios estruturais e promover um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável no Brasil.
Essa divulgação visa informar e engajar a sociedade sobre os esforços e desafios do governo Lula 3 na construção de um novo paradigma de desenvolvimento, destacando a importância da cooperação entre setores público e privado, a inovação tecnológica e a sustentabilidade ambiental como pilares de uma estratégia de desenvolvimento robusta e inclusiva.