Transforma é um grupo de pesquisa e difusão de conhecimento em economia voltado para o diálogo com o governo e a sociedade e para o aperfeiçoamento de políticas públicas. Seus pesquisadores compartilham da ideia de que a economia é um instrumento para uma necessária transformação social e ambiental. Para isso é fundamental democratizar o debate econômico e repensar a forma como as políticas econômicas são conduzidas.
Nossa tarefa é a de construir uma nova economia enquanto campo do conhecimento e enquanto realidade social. E assim contribuir para repensar as estruturas que compõem a economia, como a produtiva, tecnológica, de comércio exterior etc. Do mesmo modo, nos parece essencial redefinir padrões de consumo e uso dos recursos naturais, reduzir desigualdades sociais, de gênero e raça, superar a dependência econômica e melhorar a inserção externa de países como o Brasil. Trata-se, em suma, de pensar o desenvolvimento econômico entendido como mudança estrutural para uma organização mais igualitária e sustentável. Portanto, o Transforma espera contribuir para renovar e atualizar o estruturalismo latino americano de mestres como Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares e os ensinamentos deixados pela Escola de Campinas.
Sediado no Instituto de Economia da Unicamp, o Transforma atua em três eixos temáticos:
1) o papel do Brasil e do Sul Global na transformação da governança econômica internacional
Por um lado, este eixo temático é dedicado ao estudo dos impactos das transformações internacionais no Brasil. Por outro, considera a projeção global da economia brasileira e o papel do país na reformulação da arquitetura financeira internacional, bem como bem como outras agendas econômicas. Este eixo se beneficia da tradição do IE/Unicamp nos estudos sobre a organização do Sistema Monetário Internacional e as especificidades da inserção externa dos países periféricos.
2) a política econômica e seus impactos sobre as desigualdades, o meio ambiente e os direitos humanos
Este eixo pretende avançar em uma agenda coletiva de pesquisa crítica à austeridade fiscal implementada no Brasil e no mundo em anos recentes, avançando na avaliação do impacto dos gastos públicos e da tributação sobre as desigualdades, no acesso aos direitos e na promoção de políticas públicas com recorte de gênero e raça. Para além da política fiscal, pretende-se avaliar os impactos sociais da política monetária e cambial, bem como acompanhar a atuação do banco central.
3) o desenvolvimento econômico e a política industrial verde
De forma propositiva, esse eixo busca dar subsídios para a construção um projeto de desenvolvimento para o Brasil por meio de estudos de avaliação do impacto produtivo e da viabilidade de missões socioambientais, dos efeitos multiplicadores de produção, renda e emprego. Além disso, pretende-se estudar o financiamento da transformação ecológica e digital, assim como aprofundar o debate sobre uma política industrial verde, que ao mesmo tempo reduza a dependência em bens e recursos estratégicos e melhore nossa inserção na divisão internacional do trabalho.